Mensagem de Joana D'arc

Nunca me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho. Lembrai-vos bem, vós que tendes a ventura de ser intérpretes dos Espíritos para os homens, de que severamente punidos sereis, porque mais favorecidos fostes. "Joana D'arc" Mensagem do Livros dos Mediuns



domingo, 17 de abril de 2011

CRIOGENIA À LUZ DO ESPIRITISMO

O avanço científico e tecnológico do Planeta obedece à Lei Natural de evolução. O Espiritismo, muito embora tenha sido codificado por Kardec no século XIX, mantém-se atualizado frente a estes avanços, pois sua Doutrina fundamenta-se na tríade Religião, Filosofia e Ciência, tendo os Irmãos Superiores, já naquela época, tratado e elucidado assuntos que nos dias de hoje vêm sendo comprovados pelos cientistas. No campo da medicina, a genética humana é uma das áreas que vem apresentando significativos progressos, com a criação de vários projetos, tanto no Brasil quanto no mundo todo, com vistas a garantir que o ser humano seja cada vez mais longevo, saudável e geneticamente perfeito. Em primeira análise, tais estudos são vistos com bons olhos pela Espiritualidade Superior, na medida em que se tratar da utilização da inteligência do homem no desenvolvimento de técnicas cada vez mais modernas em favor da própria Humanidade, desde que evitados os abusos de ordem materialista, exclusivista, derivados do orgulho, da arrogância e da ganância do Ser. Um exemplo atual é a prática da criogenia. Segundo o dicionário “Aurélio”, criogenia é a “ciência da produção e manutenção de temperaturas muito baixas em sistemas, e do estudo das propriedades físico-químicas destes sistemas naquelas temperaturas.” Alongando um pouco a definição, temos que "criogenização" é o ato de abaixar a temperatura de um organismo vivo a -190°C e de mantê-lo nessas condições com o propósito de conservá-lo. Isso já vem sendo largamente feito com células e embriões. Várias são as clínicas médicas e de reprodução assistida, no Brasil e no exterior, que armazenam, por esse processo, células-tronco e cordões umbilicais daqueles clientes que, dispondo dos recursos financeiros necessários, dispendem anualmente grandes quantias para manter disponível o material genético necessário ao restabelecimento de um órgão deficiente, cuja cura dependa da sua regeneração ou substituição. Por serem ricos em células-tronco, o cordão umbilical e a placenta são fundamentais no transplante de medula óssea e no tratamento de leucemia, doenças genéticas imunológicas, hematológicas, entre outras. Assim, o indivíduo pode armazenar (por criogenização) suas próprias células-tronco (abundantes no cordão umbilical) para utilização futura, e se eventualmente vier a necessitar de reposição de algum órgão, o fará por meio do autotransplante, com grau zero de rejeição, dispensando quaisquer tipos de doadores. Foi regulamentada no ano de 2000, mas infelizmente ainda se encontra inoperante, a rede nacional de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário, sendo cinco públicos e um privado. A proposta da rede é fazer o cruzamento de informações entre os doentes visando aumentar o número de transplantes. Isso porque atualmente no Brasil há cerca de 1.500 pessoas portadoras de leucemia - doença que, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), só em 2002 matou 4.460 crianças e adultos - e de outras doenças genéticas e autoimunes que necessitam de um transplante de medula óssea e não têm doadores compatíveis. O INCA tem capacidade para armazenar 4 mil amostras de sangue e lá já estão cerca de 200 amostras de células de cordão umbilical congeladas, todas doadas por mulheres que deram à luz em maternidades municipais do Rio de Janeiro.(1) Hermínio C. Miranda (2), entretanto, nos alerta para os perigos da interferência da Ciência quando acaba por alterar alguns dos dispositivos da própria reencarnação, ao manipular genes na tentativa de acelerar ou provocar desvios no sistema evolucionista da vida. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Ancião, quando o embalsamamento nos retinha, por tempo indeterminado, ao pé das formas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, só se verifica na pauta da lei de causa e efeito. E, quanto ao congelamento, se algum dos interessados por força da provação deles mesmos retomar o corpo frio a fim de reaquecê-lo, a Ciência não pode assegurar-lhes um equipamento orgânico claramente ideal como seria de desejar, especialmente no tocante ao cérebro que o congelamento indeterminado deixará em condições por agora imprevisíveis. Não se pode, também, olvidar, que a morte do ser humano não se dá apenas pela falência dos órgãos por processos degenerativos ou rupturas violentas, mas também pelo desligamento do Espirito dos seus núcleos de preservação da energia que mantém a matéria ou de sua expulsão por circunstância violenta ou traumática. Sucedendo essa quebra de liames, é totalmente impossível o restabelecimento da vida, porque logo se inicia o processo de desorganização celular.(4) O Espírito Luiz Sérgio, em um de seus livros psicografados por Irene Pacheco Machado, revela a triste situação de um Espírito que, sofrendo nessas condições (congelamento do seu corpo físico doente, após a morte, com vistas a futura cura e respectiva ressurreição), teve que ser levado a banhos de sol, por bondosos assistentes de uma Colônia do Plano Espiritual, para "derreter o gelo" ao qual ele se sentia preso, congelado. Tal sensação vivida por esse pobre irmão desencarnado explica-se pelo fato de ser o períspirito a sede das sensações, permanecendo ele, assim, com a sensação do frio intenso, até que a caridade do Pai o liberte dessa verdadeira "cadeia de gelo". Pode ainda o Espírito, por um processo expiatório, permanecer ligado àquele corpo congelado, num estado de inconsciência espiritual, em processo análogo ao que ocorre com alguns Espíritos que desencarnaram, mas permanecem próximos, sintonizados ao corpo físico em decomposição, por estarem ainda muito apegados à matéria. Soma-se à extensa lista de entraves a esse tipo de criogenia, outro de caráter intransponível: o ser humano conta com o "duplo etérico", acerca do qual, no livro "Nos Domínios da Mediunidade" (5), o autor espiritual André Luiz presta valiosos esclarecimentos: (...) o perispírito, ou "corpo astral", é revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o "duplo etérico", formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico (...) destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora. Dessa forma, conclui-se que com a desintegração do duplo etérico pela morte, o retorno aos despojos torna-se impossível. Joanna de Ângelis discorre, ainda, na já citada obra “Dias Gloriosos”, psicografada por Divaldo Franco, acerca das implicações psicológicas que o método da criogenia acarretaria, caso fosse possível. Dentre elas, destacam-se as seguintes indagações: a) Que sentido teria a existência de um ser que se encontrasse totalmente estranho em um grupo social ao qual não teria qualquer vínculo? b) Como contornar emocionalmente a ausência dos afetos, agora em outra dimensão? c) De que forma conviver com conhecimentos agora inteiramente novos e costumes totalmente diferentes dos vivenciados anteriormente? d) Como enfrentar-se, detectando-se egoísta, tendo fugido da realidade para conseguir um triunfo que o deixa de mãos vazias e sentimentos estiolados? Aos espíritas, portanto, não objeta a utilização racional dos avanços da Medicina: ao contrário, tratam-se de mais uma bênção de Deus da qual nos servimos para a evolução da Humanidade. Tal desenvolvimento passa a ser temerário, entretanto, quando o homem, tentando se investir desse Poder Divino, mas com a mente ainda arraigada em conceitos materialistas, passa a utilizar tais avanços, como no caso da criogenia (enquanto técnica de congelamento de cadáveres ou objetivando a determinação das características físicas do novo ser), visando futura retomada da vida no mesmo corpo, demonstrando grande apego materialista, a par de infeliz desconhecimento da vida espiritual. Silvia __________________________________ (1)KUHL, Eurípedes – Genética além da biologia – Ed. Fonte Viva (2) MIRANDA,Hermínio C. -Uma ética para a genética -REFORMADOR, agosto,1997 (3)NOBRE, Marlene R.S. - Lições de Sabedoria, p.45 (4) ÂNGELIS, Joanna – Divaldo Franco – Dias Gloriosos –­ cap. XII (5)LUIZ, André – Francisco Cândido Xavier - Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11