Mensagem de Joana D'arc

Nunca me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho. Lembrai-vos bem, vós que tendes a ventura de ser intérpretes dos Espíritos para os homens, de que severamente punidos sereis, porque mais favorecidos fostes. "Joana D'arc" Mensagem do Livros dos Mediuns



Conto de Natal


Conto de Natal

A noite é quase gelada...
Contudo, Mariazinha
É a menina de outras noites
Que treme, tosse e caminha..
.
Guizos longe, guizos perto...
É Natal de paz e amor
Há muitas vozes cantando:
- “Louvado seja o Senhor!”

A rua parece nova
Qual jardim que floresceu.
Cada vitrine enfeitada
Repete: “Jesus nasceu!”

Descalça, vestido roto,
Mariazinha lá vai...
Sozinha, sem mãe que a beije,
Menina triste, sem pai.

Aqui e ali, pede um pão...
Está faminta e doente.
- “Vadia, saia depressa!” –
É o grito de muita gente.

- “Menina ladra!” – outros dizem.
- “Fuja daqui, pata feia!
Toda criança perdida
Deve dormir na cadeia”.

Mariazinha tem fome
E chora, sentindo em torno
O vento que traz o aroma
Do pão aquecido ao forno.

Abatida, fatigada,
Depois de percurso enorme,
Estira-se na calçada...
Tenta o sono, mas não dorme.

Nisso, um moço calmo e belo
Surge e fala, doce e brando:
- Mariazinha, você
Está dormindo ou pensando?

A pequenina responde,
Erguendo os bracinhos nus:
- Hoje é noite de Natal,
Estou pensando em Jesus.

- Não recorda mais alguém?
E ela, a chorar, disse: - Eu
Penso também, com saudade,
Em minha mãe que morreu...

- Se Jesus aparecesse,
Que é que você queria?
- Queria que ele me desse
Um bolo da padaria...

Depois... queria uma casa,
Assim como todos têm...
Depois de tudo... eu queria
Uma boneca também...

- Pois saiba, Mariazinha,
Eu lhe digo que assim seja!
Você hoje terá tudo
Aquilo que mais deseja.

- Mas, o senhor quem é mesmo?
E ele afirma, olhos em luz:
- Sou seu amigo de sempre,
Minha filha, eu sou Jesus!...

Mariazinha, encantada,
Tonta de imensa alegria,
Pôs a cabeça cansada
Nos braços que ele estendia...

E dormiu, vendo-se outra,
Em santo deslumbramento,
Aconchegada a Jesus
Na glória do firmamento.

No outro dia, muito cedo,
Quando a lojista abre a porta,
Um corpo caiu, de leve...
A menina estava morta.


A poetisa cearense
Francisca Clotilde fez a sua narrativa em versos pela mediunidade de Chico Xavier, sob o título “Conto de Natal”, publicado no livro “Antologia Mediúnica do Natal”: